terça-feira, 28 de outubro de 2014

Correndo pelos Parques e Ciclovias de Cascavel



Correr deliberadamente por onde bem entender é uma dos melhores exercícios de liberdade que podemos realizar. Ser capaz de calçar um tênis e correr por aí, está entre as melhores benesses que uma vida saudável proporciona. Pegar uma bicicleta e passear em meio à natureza também traz uma paz mental inigualável. Se em companhia da esposa ou dos filhos, melhor ainda.

Há dias estava em Balneário Camboriú e pude curtir momentos assim, correndo e pedalando pela ciclovia na orla, sentindo a brisa no fim da tarde, observando as pessoas passeando e se exercitando, pensei: que vidão.  Voltei para Cascavel e em conversa com o pessoal da WB Triathlon, discutíamos os lugares de treino aqui em nossa cidade. Evidentemente não existe uma orla deliciosa para desfrutarmos, mas há lugares extremamente interessantes para um treino descontraído de domingo ou pesado de terça à tarde.

Nessa série de posts, destrincharei e desenharei o mapa das ciclovias e parques da cidade onde pode-se fazer um bom treino de corrida. As análises são pessoais e não profissionais, sendo vistas pela ótica de um triatleta que visa principalmente os treinos, mas por vezes quer apenas curtir a vida e relaxar. A proposta é treinar em todos os locais da cidade onde efetivamente existe uma estrutura para a prática de atividade de corrida, por isso meu “dossiê” não inclui certas vias onde muitas vezes observamos atletas treinando (como a Cuiabá, Manaus, Rodovia para Espigão, entre outras.

Os lugares visitados serão:
 
  1. Avenida Brasil no trecho de ciclovia entre o terminal leste – trevo cataratas
  2. Avenida Barão do Rio Branco
  3. Lago Municipal
  4. Ciro Nardi
  5. Avenida Tancredo Neves com prolongamento para BR 277 até o distrito industrial
  6. Parque Tarquinio
  7. Parque Vitória
  8. Autódromo




************************************************************************

 
Avenida Brasil



O primeiro lugar visitado e comentado foi a ciclovia da avenida Brasil no trecho entre o terminal leste e o trevo cataratas. É uma das ciclovias mais antigas da cidade. Eu me lembro que quando era adolescente já pedalava por lá. A impressão quando se corre ali é que a última reforma na pista foi na década de 1990 mesmo. A pista é muito ruim. Desnivelada, com alguns buracos, o trecho que passa pela praça Itália ficou um pouco confuso. Não vou dizer a vocês que é o local mais prazeroso da cidade para treinar, mas tem umas peculiaridades interessantes. No trecho que passa perto do Irani tem muita árvore e uns aparelhos de ginástica, então sempre tem gente ali mosqueando, isso dá uma sensação de domingo no parque, que eu gosto muito. Outra vantagem é que não é entupido de gente nos fins de tarde ou aos domingos, como no lago, então dá para treinar bem por lá.

Altimetria: É uma altimetria dura. Você inicia no terminal leste com uma leve descidinha e depois começa uma subida imensa de 1500 metros até quase a frente do Irani. Depois tem-se uma leve descida de novo e um sobe e desce até próximo ao trevo cataratas onde acaba a ciclovia. A vantagem é que a volta é quase toda em descida.

Distância: A distância total do terminal leste até o fim da ciclovia é de 3 km.

Tipos de treinos: Bom local para treinos de tempo run quando se busca uma altimetria variada, ideal para quem quer fazer até uns 6km (1 volta) a 12km (2 voltas), buscando fortalecer o rendimento em subidas. Ali tem uma grama relativamente boa para treinos (inferior à grama da Tancredo), então quem estiver buscando um treino na grama com altimetria variada encontra ali um bom local. Como as subidas são longas e não tão íngremes, não considero um bom lugar para tiro em rampa (como na Tancredo), mas é uma opção. Não é um bom local para longão, por exigir muitas voltas, mas se conectar com a Barão do Rio Branco monta-se um treino bem interessante.

Segurança: Eu sempre fico meio ressabiado em correr ali à noite, principalmente no trecho do Irani para frente pois é muito deserto. Desaconselho mulheres desacompanhadas. Com relação aos carros, como na Tancredo, em geral o pessoal respeita nos retornos, mas aos domingos têm que redobrar atenção com relação a isso. Uma vantagem com relação à Tancredo, é que o único semáforo que cruza a ciclovia é o da praça Itália, então o treino fica menos travado.

Hidratação: Não existe estrutura própria para hidratação dos corredores. Se precisar numa urgência se hidratar, existe os postos de gasolina na região da Rocha Pombo onde você consegue uma água de urgência.

Vantagens: Uma boa opção para quem mora na zona leste da cidade. Permite treinos que variam entre 6-12km. Tem uma quantidade relativamente boa de sombras e em geral é um local agradável para treinos.

Sugestões: Recapeamento da pista principalmente em algumas entradas após retornos, criação de locais (pelo menos 3 - 1 por km) para obter água e melhorar um pouco a manutenção da grama em alguns locais.





quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Triathlon e a Rainha: GP Summer Balneário Camboriú por Matheus Tonello

No Domingo 19 de Outubro, por volta das 20hrs, enquanto conversava pelo Whatsapp com minha irmã é que veio a revelação: eu sempre fui obcecado pela Rainha.


A estrada da Rainha é uma ligação que existe entre Balneário Camboriú e a praia dos amores. Ela corta o morro do Careca e tem por característica ser extremamente íngreme, porém curta (500m), em sua parede sul e um pouco menos íngreme na face norte. Ela começa com uma inclinação de 3%, depois de 100m a inclinação é de 10%, com 150m ela pula para 20%, com 250m ela ameniza um pouco em 13%, volta a ficar muito íngreme 33% em torno dos 350m, então se mantém em 16% até quase o cume, quando aplana. É extraordinário encarar uma montanha assim, mesmo sendo curta. Para quem não está acostumado com inclinações, a subida do zoológico em Cascavel tem em torno de 12% na sua inclinação máxima.


O fascínio dessa estrada remete aos meus tempos pré-triathlon, quando achava espetacular encarar sua subida com um carro 1.0 e rolava aquele medo de não conseguir subi-la em dia de chuva. Exige muito do motor. Os corredores conhecem essa estrada, pois faz parte da meia maratona de Balneário Camboriú e todo mundo sabe que levar uma magrela lá pra cima, sem empurrar, é um trabalho gigantesco. Um dia estava de férias em Balneário, e de mountain bike resolvi encarar a brincadeira. Coloquei uma marcha confortável e comecei a brincadeira. Fui relativamente bem, até a certa altura meu manete soltou e eu quase cai da bike e tive que empurrar o resto do percurso. Quando cheguei lá em cima, encontrei um casal cujo rapaz estava usando uma camiseta de triathlon e me disse: é dura essa subida né? Você sabia que tem uma prova de triathlon onde o ciclismo passa aqui, duas vezes? Uau! Duas vezes. Foi plantada a sementinha...

Todo mundo que treina comigo sabe que não sou um grande ciclista. Sou um nadador e corredor mediano e um ciclista medíocre. Sou um entusiasta do esporte e muito disciplinado, mas meu ciclismo é ridículo. Talvez seja culpa da minha bike nova, só que não, mentira, eu que sou perna mole mesmo. Apesar disso, resolvi que em 2014 eu iria encarar o GP Summer de Triathlon Camboriú, com dose dupla de subida da rainha. Feita a inscrição, reservado hotel, na quinta feira pulei na caranga e desembestei para a praia preferida dos cascavelenses. Tempo chuvoso, oscilando entre 20 e 24 graus, muito diferente dos 39 graus que fazia em Cascavel. Na sexta fiz um treino de corrida, de boa, só para reconhecer o percurso da corrida. No sábado, véspera da prova pela manhã, resolvi experimentar a rainha. Três motivos. Primeiramente para ver se estava tudo certo com a bike depois da viagem, segundo para avaliar qual relação que utilizaria na subida. Terceiro para subir de uma vez e quebrar o gelo. Deu tudo certo.


Ás 17hrs, congresso técnico. Sabe que gostei muito da rapaziada. O foco principal do congresso eram orientações sobre o ciclismo. O foco era a Rainha. Primeiro porque o sentido da subida e descida mudaram, antigamente subia-se e descia-se pela contramão, o que facilitava a curva ao final da parte mais íngreme da decida. Agora, como a estrada está duplicada, sobe e desce pela mão, porém o final da descida é numa rotatória, o que significa dificuldades. Todo mundo sabe que bicicleta speed ou de triathlon são difíceis de parar, então a frenagem deveria começar bem antes do final dela. O palestrante era muito engraçado, orientando descer a coroa antes do começo da subida e que se fosse ver que não ia dar, o ideal era desmontar da bicicleta antes de entrar em crise, para não correr o risco de cair. “Sem problemas, eu vim para subir forte, em linha reta”, pensava. Por fim, orientou sobre a corrida e sorteou um garmin 310xt, que obviamente não ganhei.

Domingo, 6:30 da manhã, horário brasileiro de verão, e eu já me encaminhava para a área de transição. Para quem não está acostumado com triathlon, a quantidade de coisa que temos que levar para a área de transição é assustadora. O check list não tem fim. Mesmo para prova curta. Fui de top e bermuda, vesti a roupa de neoprene (liberada para essa prova), touca, óculos e fui me aquecer na água. Deu um frio na barriga de pensar na rainha. Nesse momento deu vontade de desistir. Não foi fraqueza não, foi um medo estranho, inexplicável. Talvez porque fosse muito importante para mim! Não sei. Nem no Iron de Foz eu senti isso.  Se o pessoal da WB Triathlon estivesse comigo, eu já teria tomado um tapão na orelha e teria me recomposto mais rapidamente. Quando me dei conta, o narrador anunciava 5 minutos para a largada e não dava tempo de pensar mais nada. Como um cara amarrado a um bungee jump que está com medo de pular e alguém empurra. Mais ou menos assim que me senti quando soou a sirene de largada.

A natação foi muito tranquila, a primeira bóia chegou tão rapidamente que parecia que estava na orla. O contorno da segunda bóia foi tranquila também, só que eu fiz muito aberta e perdi um pouco a referência do pórtico, por isso perdi um pouco de tempo. Nada demais, saí bem rápido da água. Olhei para trás e vi que estava numa posição intermediária, fiquei satisfeito. Fiz uma transição um pouco demorada devido à retirada da roupa, vesti o capacete, sapatilha e saí com minha bike em direção à Rainha.
O ciclismo na orla é bem complicado porque tem muitos desníveis na avenida Atlântica devido à lombadas. Mantive uma média de 30 km/h, pois queria poupar para as subidas. E depois de poucos minutos já pude vislumbrar a famigerada, encantadora e hipnótica subida da Rainha. Não posso empurrar, não posso empurrar... era só o que pensava enquanto reduzia para a catraca 26, já pensando que teria que usar a 28. E a subida começou...

Primeira coisa, o que me parecia inacreditável e inimaginável, foi ver cara de Cervelo P3, Specialized Venge, Scott, empurrando suas bikes montanha acima. E eu seguia firme. Começaram os ziguezagues. Dois caras quase caíram, pois estavam tão lentos subindo e de cabeça tão baixa que não se viram, trombaram mas não caíram. E eu seguia firme. Linha reta. Quando a montanha chegou nos 30% comecei a pedalar em pé. Em 4 minutos atingi a meta de montanha e veio uma imensa vontade de vomitar. Que negócio absurdo! Desci a montanha e contornei o retorno na praia dos amores. A subida pelo outro lado não assusta tanto, porque ela começa insidiosa, como a maioria das subidas que a gente treina aqui na estrada do Espigão. Fica íngreme no final, mas é menos sofrida. Contornei a primeira volta e na segunda perna acelerei mais, aí percebi que tinha feito pouca força na primeira volta. Poupei demais. Cheguei na Rainha novamente e exorcizei todos os fantasmas por trás da Rainha. Subi mais uma vez em linha reta e dessa vez fiz mais força que na primeira vez. Não foi fácil, não foi moleza, mas o trabalho foi feito. Aqui vale um adendo, confiram bem os freios da bike antes dessa prova, pois na segunda descida eu quase não segurei a bike e quase marquei o couro na rotatória ao final da descida. De qualquer forma, tudo feito, hora de entregar a bike e partir para a corrida.

Depois de uma transição rápida ao melhor estilo Fernando Marucci, só que não, eu fui para a corrida. No GP, a corrida são 3 voltas pela orla de Balneário, um circuito absurdamente plano e rápido. Ao final da primeira volta comecei a sentir uma dor no calcanhar esquerdo, aí lembrei que havia esquecido da vaselina no tênis. Caramba. Eu nunca aprendo. Quem faz triathlon sabe que são tantos detalhes que há sempre a possibilidade desses esquecimentos. No final da segunda volta, a moral deu uma baixada, eu já pensando na porcaria que estaria meu calcanhar. Mas na terceira volta veio aquela energia que a gente nunca sabe de onde vem e acelerei para terminar a prova com minha melhor corrida em uma prova de triathlon. Feliz da vida. Ainda fui presenteado pelo sorriso do meu bebê próximo à linha de chegada.

Após a chegada, o narrador que era o organizador da prova, me recebeu com um sorriso e um comprimento muito bacana. Recebi a medalha e fui para a dispersão. Tirei o tênis e visualizei o estrago. Não importava mais. Triathlon é isso. Endorfina, sofrimento e chegada. Não há nada que me deixe mais feliz do que ser capaz de nadar o quanto e como eu quiser, pedalar e correr a meu bel prazer. Voltei descalço para o hotel com sorriso no rosto e com a sensação de que não há rainhas ou montanhas que possam amordaçar o grito de satisfação perante o dever cumprido.
  



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Domingo: 5 Milhas para a Glória por Fabio Fonseca


Domingo, primeiro dia do horário de verão,   vários eram os motivos pra ficar em casa de mimimi, reclamando da hora de sono perdida; mas domingo é dia de corrida, e nesse não seria diferente: 5 milhas contra o câncer Accorrer/Cascavel Rosa. Acordei, no horário de sempre, me baseando pelo relógio e não pelo galo, pois como dito antes, estávamos uma hora adiantados em relação à noite anterior, tomei meu café, e diferente de outras provas, pra essa eu tive uns minutos a mais antes de sair de casa, já que a largada seria praticamente no quintal de casa. Antes de sair uma pequena reflexão sobre esta prova especificamente, pois nessa eu queria ganhar, e sabia que teria mais chances do que normalmente, pois estaria concorrendo em três categorias, com o público geral, na faixa etária, e ainda entre os associados da acorrer, ou seja, minhas chances eram realmente maiores do que em outras provas.

Foto com a Turma da West Bikers

Mas vamos ao relato da corrida: Antes da largada, tudo aconteceu dentro do esperado, exceto pelo fato dos monstros do pedal ainda não terem chegado, mas isso devido a um imprevisto na estrada e logo eles estariam ali. Na largada, comecei a agir diferente do que normalmente faço, começando por me posicionar junto aos primeiros atletas da fila, mesmo sabendo que não ficaria ali por muito tempo, mas como eu queria ganhar a prova, ali era o meu lugar. No primeiro km, uma surpresa até para mim mesmo, ao fechá-lo em  3’36”, e ainda estar junto de atletas que tinha tomado por referência, nessa altura, mesmo me sentindo bem, achei que era hora de achar um ritmo confortável e que não me prejudicasse até o fim da prova; e foi que fiz.

Após o retorno, lá no alto da Av. Brasil, eu me sentia muito bem, e estava dentro do ritmo que era a meta,  na volta então, era só administrar a corrida; a descida foi tranquila e cheguei à linha de cronometragem  4” (Quatro segundos) abaixo do tempo estipulado como meta na metade da prova.
Ao cruzar a linha de chegada, com o tempo de 34’56”,  eu estava com a sensação de dever cumprido, e mesmo sabendo que a classificação geral era algo inalcançável, eu tinha esperança de ainda beliscar um pódio na faixa etária, e esse escapou por pouco, conquistando o quarto lugar; mas como disse, essa era uma prova atípica, e eu ainda tinha chances na categoria disputada entre os atletas da Accorrer, e a excelente prova que eu fiz não poderia ter sido em vão.





Resultado: Segunda colocação nessa categoria, e mais um troféu para a equipe West Bikers Triathlon Team.

 Na foto eu com meu treinador João Luiz Gasparini

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Treinando no Rolo por Adriano de Quadros

Amado por pouquíssimos, desprezado por outros e odiado por muitos, o rolo de treino faz parte da vida de grande parte dos triatletas, não apenas como mero acessório, mas como instrumento necessário, se não fundamental à rotina de treinamentos. Para quem gosta de pedalar pelo belo e insubstituível prazer de sair do ambiente urbano, pegar trilha ou estrada em sua magrela ao lado de outros ciclistas, evidentemente que a ideia de permanecer pedalando sozinho por qualquer tempo que seja num ambiente fechado, sem nenhum atrativo visual, quando muito com uma TV à sua frente, é prá lá de indigesta e tediosa, muito comumente associada à uma câmara de tortura. Porém, o enfoque muda completamente seu sentido, se estiver presente a necessidade de treinamento, pautada numa rotina semanal, com altas doses de disciplina, e por que não dizer, até mesmo coragem para enfrentar longos períodos pedalando na clausura.

Que a disciplina dos triatletas é algo meio “fora da casinha”, isto é inegável, basta acompanhar a rotina de treinos e horários dedicados à cada uma das três atividades que devem ser cumpridas de 3 a 4 vezes por semana, para que se ouçam palavras como maluco, insano, louco, ou coisas do gênero. Quem já se viu impossibilitado de sair da cama ao soar o alarme, tem um ligeira noção de como é árdua a tarefa de se manter a disciplina de treinos, quando seria muito mais cômodo e prazeroso permanecer debaixo das cobertas. Mas não se trata de um privilégio inato, a disciplina está muito mais relacionada com a busca de um objetivo, com um propósito. Com o tempo percebe-se que sem ela, não se atingem os resultados planejados, ou mesmo não se vê evolução no treinamento, de forma que, ou o sujeito enfrenta suas dificuldades e limitações e passa a ter disciplina, ou simplesmente as coisas não acontecem.

Ocorre que, uma vez alcançada a disciplina para a rotina dos treinos, há momentos em que, por razões diversas e alheias à nossa vontade, simplesmente não há a possibilidade de se sair para pedalar, quer seja por conta de intempéries, ou mesmo horário limitado, de forma que, quando esses fatores conspiram contra, a única opção que resta para se cumprir o treino do dia é pedalar no rolo. Falo com parcialidade, muita aliás, em defesa deste tipo de equipamento e treino. Quando voltei a pedalar depois de adulto, há uns 7 anos, comecei fazendo pequenos trechos e algumas trilhas curtas.

Aos poucos os trechos foram aumentado e fui sentindo então a necessidade de trocar de bike, fazendo upgrades, até o dia em que percebi que não era mais a bike que precisava melhorar e sim o condicionamento físico daquele que pedalava. E percebi isso da maneira mais dolorosa. Em uma das trilhas o percurso foi severamente aumentado por conta de um erro no trajeto (nos perdemos na verdade), e, não bastasse já terem sido consumidos todos os suprimentos de água e alimento, ainda estávamos muito longe do ponto de partida e com uma subida sem fim pela frente. Quando consegui chegar no trevo de entrada de Cascavel, estava com as duas pernas com câimbras insuportáveis, a ponto de deitar no chão e chamar por socorro para me levarem embora. Aquilo foi tão vergonhoso para mim, perante meus colegas de pedal, que decidi que iria treinar mais. Foi aí que, pesquisando, descobri este equipamento que acoplado à bike, poderia ser utilizado para pedalar em casa, transformando a bike praticamente numa bicicleta ergométrica, só que com marchas.

Comprei o primeiro rolo, um Tranzx magnético, que é o mais conhecido entre os adeptos, e dotado de um mecanismo com imãs que (supostamente) aumentam a resistência no pedalar. Passei a adotar uma rotina de 3 treinos por semana no rolo, mais o pedal de trilha no final de semana. Em poucos meses, fui ganhando algum condicionamento, no mínimo melhor do que eu tinha, e como consequência baixei vários dígitos na balança, de forma que aquilo que para muitos seria motivo de tortura e sofrimento, a mim enchia de satisfação.

Os anos se passaram, da bicicleta de trilhas passei para uma speed, do rolo magnético passei para o rolo triplo, daquele que você tem que se equilibrar sobre roletes, e o tombo uma hora ou outra é inevitável, como de fato foi. E, por fim, acabei chegando no modelo de rolo por fluido, que é dotado de um rotor dentro de uma câmara com fluido de silicone, de forma que este tipo de rolo, além de ser muito mais silencioso, produz uma resistência que é incrementada proporcionalmente ao aumento de velocidade, ou seja, quanto mais rápido se pedala, mais pesado fica, trazendo a experiência de esforço muito próxima do que se obtém na estrada.

Tal equipamento, aliado a softwares que fazem a leitura em tempo real da velocidade, cadência, batimentos cardíacos e potência, tornam a experiência de treinar em casa muito mais interessante no quesito monitoramento de dados e efetiva no aspecto de desempenho, além de contar com uma inúmera variedade de opções de treinos já predefinidos, segundo os mais variados critérios desejados, Tempo, Endurance, VO2max, Threshould, Anaerobic, Recovery, IF (Intensity Factor), TSS (Training Stress Score), FTP (Functional Threshould Power), etc.

Há equipamentos ainda mais sofisticados que simulam trajetos e corridas em realidade virtual, com opção multiplayer, dentre outros atrativos que se propõem em retirar o tédio e monotonia, entregando uma certa dose de emoção e competitividade neste tipo de treino. A palavra necessidade e treino foram utilizadas aqui repetidamente não sem propósito, pois qualquer atleta amador, para não se entrar num mundo ainda mais insano dos atletas profissionais, sabe que regularidade de treinos não é questão de escolha quando se tem alguma meta, tal como uma prova.

É quase que um mantra a máxima que diz que só se obtém nas provas o que se fez nos treinos. Seja por opção de treinar em casa, onde não há problema com horário, trânsito e situação climática, ou por impossibilidade de pegar estrada em razão destes mesmos fatores, o rolo de treino pode não ser o equipamento mais desejado na lista de “brinquedos” da maioria dos ciclistas e triatletas, mas uma vez incorporado à rotina, não reclama em nos proporcionar a dose diária de endorfina à custa de algumas toalhas e muito suor.

Bons Treinos!

Adriano de Quadros

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Meia Maratona Rotary de Toledo, 13 anos de História por Alessandro Maziero


Hoje quando se fala em meia maratona no Paraná, é impossível não citar a cidade de Toledo, pois aqui está uma das mais tradicionais e belas provas de rua do estado, e por que não dizer do Brasil. Digo isto não só pela organização, pelo sistema hoteleiro e gastronômico que a cidade oferece, mas principalmente pelo local onde acontece a competição, que sem dúvidas é um local ímpar, com um visual deslumbrante e uma receptividade aos atletas fora de série.

Mas nem sempre foi assim, há poucos dias assisti uma reportagem com o grande Vanderlei Cordeiro de Lima, onde em um relato disse que, “... eu trabalhava o dia inteiro e a tarde quando ia treinar, o pessoal me jogava laranja”, e isto me fez lembrar de quando comecei a correr, há quatorze anos, trabalhava o dia todo, ia pra faculdade e na madrugada ia fazer meu treino, e a reação de algumas pessoas era, nada mais nada menos que me xingar, me mandar ir trabalhar ao invés de ficar correndo, pessoas que eu nunca havia visto, não sabiam nada da minha vida, mas para elas eu estava correndo porque tinha feito algo de errado, estava fugindo de alguém; teve um caso até de um policial, que me viu correndo e tentou me prender, mas ele estava indo trabalhar a pé, daí já viu né, na terceira quadra desistiu. Seria cômico se não fosse trágico.

Parte da equipe Dr. Torao em 01/12/2002.
De pé: “Dinho” e  “Seu Zé”. Abaixados: Alessandro e “Cuca”.

 
Nesta época comecei a correr com outras pessoas no domingo de manhã, onde éramos intitulados pela população como “a equipe do Dr. Torao Takada”, e o tempo foi passando e comecei a participar de algumas provas com este pessoal, (vale lembrar que a equipe era uma “Chevrolet Blazer cheia”), sempre ouvindo o Doutor Torao dizer que queria fazer uma corrida em Toledo, mas queria fazer um “negócio caprichado”.
E não é que ele fez mesmo, em dezembro de 2002 foi lançada a Primeira Meia Maratona Rotary Toledo Colônia, evento este que mudou completamente a visão da população da cidade em relação aos corredores, porque a competição foi lançada alguns meses antes, e ai meu amigo, já se falava em dinheiro na premiação, que ia vir queniano para cá, e tudo mais.

Mas o que realmente fez a diferença e continua fazendo, foi a visão do Dr. Torao Takada de juntamente com a meia maratona e a corrida rústica (seis quilômetros), incluir a carinhosa maratoninha, feita para crianças, com singelas distâncias e que premiava (e ainda tem esta premiação) com cadernetas de poupança, reunindo mais de mil crianças para o evento. Assim, com esta atitude, além da divulgação no meio infantil da corrida de rua, pode-se alcançar também os pais e trazer um grande público para a competição. Ainda pode-se ver  que na linha de chegada muitas crianças estão de braços estendidos para cumprimentar os atletas que vão chegando. A prova  também é muito bem vista no meio do pedestrianismo devido a seu trajeto, onde para os corredores mais experientes é visto como plano, para os que estão iniciando encontram algumas “subidinhas”, mas em uma coisa todos concordam, é uma corrida maravilhosa.

Sua largada é no Parque Ecológico Diva Paim Barth, em frente à usina do conhecimento, onde contorna o horto (se prestarmos atenção, dá para ouvir as araras cantando logo cedo), aqui se enfrenta um falso plano de aproximadamente 500 metros, e pega-se a primeira avenida, aliás uma das principais avenidas da cidade (Avenida Parigot de Souza).

Nesta época, os ipês-rosa ainda estão floridos, e dão um show a parte, se misturando com a multidão que vai aos poucos tomando conta da avenida. E é no km 2,5 que se enfrentará a primeira subida de aproximadamente 600 metros (aqui deve ter cuidado, principalmente os menos experientes), que vai até o final da avenida, no km 3, ponto este que, faz a separação do pessoal da meia e da rústica, onde a rústica retorna pela mesma avenida e a meia pega a direita, na segunda avenida, agora a Avenida Cirne Lima.

A Avenida Cirne Lima é bem larga, e como o trânsito de veículos não para, dá para dividir o espaço entre corredores e automóveis sem problemas. Neste ponto teremos uma leve descida, de aproximadamente 2 km, até se fazer um retorno, portanto, tudo o que se desceu, vai ter que subir, mas como dito anteriormente, é leve. Pela Cirne Lima se corre até a Avenida Maripá, em uma rotatória com um chafariz, com pequenas quedas de água. Passamos com tanta vontade de pular na água que nem vemos uma subidinha que dá acesso a Avenida Maripá, subida bem curtinha, mas inclinada.

A meu ver, nesta avenida está o segredo da nossa querida meia maratona, porque aqui, meus amigos, faremos a descida de maior inclinação e comprimento do percurso, depois do semáforo, só se desce, chegando a outra rotatória, na Rua São João, e de cara começa uma subida, de aproximadamente 1 Km, também é a de maior inclinação e comprimento do percurso.Após esta subida, chegaremos a outra rotatória, que nos dá acesso a Avenida JJ Muraro, e quem tiver a oportunidade e lembrar, perceberá que, além de um lençol de água, tem um desenho da rosa dos ventos dentro da rotatória.A Avenida JJ Muraro tem um falso plano logo no começo, mas depois, até encontrar a Avenida Parigot de Souza (aquela dos ipês-rosa), o trecho é praticamente plano, e assim segue até o glorioso Teatro Municipal de Toledo, onde começa uma leve descida, e logo para frente, no km 16, é inevitável, olhamos para a esquerda e vemos onde tudo começou, o ponto de largada, mas calma, ainda faltam 5 km, começamos a fazer o percurso do início, vamos cruzando com corredores que estão fazendo o retorno, retorno este que fica quase no fim daquela primeira subida, aquela que logo no começo nem nos fez cansar, mas agora, após correr 17 km, a sensação é outra, ao mesmo tempo que o cansaço bate a porta, o animo por pensar que esta será a última subida e se está quase lá, nos faz querer ir mais e mais.

Voltamos pela Avenida Parigot de Souza até a Rua Pedro dos Santos Ramos, vamos vendo a galera chegando, as crianças gritando e festejando, agora sim, tá quase lá, é só contornar o horto, passar na frente do Shopping Panambi e alinhar para chegar.
Aqui, cada um reage de uma forma, mas a visão de todas aquelas pessoas te esperando chegar, as crianças fazendo um túnel para você passar, os amigos e a família te esperando de braços abertos, tudo isto e muito mais, nos faz sentir um atleta de elite, um exemplo a ser seguido. Faz ver que todo o treino, todos os momentos dedicados e abdicados em função do esporte valem a pena, tornam únicos e impossíveis de se explicar, só terminando uma prova destas para se saber como é o sentimento, e independente do tempo realizado, da classificação obtida, a maior vitória esta em saber que somos capazes, que podemos realizar desafios, e que o impossível está apenas nas palavras, não nos atos.

Alessandro Maziero

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Qual é o seu pace?


Hoje quero falar sobre pace.

Pace é uma palavra em inglês que pode significar, entre outras coisas, ritmo, velocidade, passo, andamento. Quando comecei a treinar corrida, em meados de 2010, deparei-me com essa palavra em todos os sites ou revistas que eu lia. No início me causou estranhamento e até me pareceu babaquice utilizar um termo em inglês para uma palavra que eu poderia usar tranquilamente em português. Depois de um tempo, comecei a me acostumar e percebi que usar o termo pace, coloca o atleta numa determinada tribo, pois só usa o termo pace aqueles corredores com um certo grau de experiência no esporte. Um corredor de fim de semana não usa o termo pace. Mas eu continuava achando babaquice. Com o passar dos anos eu percebi  que a aplicação do termo pace é inevitável, pois quem corre sabe que não dá para usar o termo velocidade na hora de falar sobre como está correndo, não funciona. Ninguém corre a uma velocidade de 5 min/km, é estranho. Ritmo seria o mais indicado. Só que aí você cai na piscina e novamente se encontra numa situação difícil, principalmente porque geralmente não se usa ritmo. Por isso, uso pace, e me sinto confortável com isso.

Quando comecei a correr, a primeira coisa com a qual me preocupei foi comprar um relógio para marcar o tempo e a frequência cardíaca. Comprei um Timex com HRM (heart rate monitor = frequencímetro) e comecei a treinar baseado em planilhas que encontrava na internet em que o foco era a frequência cardíaca. Para mim, não funcionou. Em geral, dá excelentes resultados, principalmente para aquelas pessoas que visam o emagrecimento. Temos a fat burner, que é a faixa de frequência cardíaca em que conseguimos uma otimização da queima de gordura, mas isso é assunto para um post inteiro.

Como a corrida pela frequência cardíaca não funcionou comigo, parti para novas tecnologias, e investi no Nike + Sportsband, uma pulseira da Nike que, colocando um dispositivo dentro do tênis ou amarrando no cadarço, contava o número de passos (pace) e a partir disso estimava o ritmo em que estava correndo. Eu gostava muito, mas havia alguns problemas, já que o pace que se visualizava no monitor não era o pace real daquele momento, mas sim uma média estimada. Outro problema era que se você treinasse variando muito o ritmo, ele calculava errado a distância, já que você variava muito a quantidade de passos médios. Enfim, ele era bom para rodagem e ruim para o resto tudo.

Até que conheci os relógios com GPS. Para mim, abriu-se um mundo a minha frente. Eu podia seguir rigorosamente, com pouco delay, o ritmo que colocava naquele momento; podia marcar claramente as distâncias (praticamente aposentando o mapmyrun.com) e ainda monitorava a frequência cardíaca. Fantástico!  O melhor relógio de GPS que usei até hoje para marcar pace de corrida foi o Garmin 610, ele tem uma precisão cirúrgica do pace e é todo touchscreen. Como acabei migrando para o triathlon, hoje utilizo mais o 910xt, pois ele tem a função para natação que é primordial para meus objetivos. Acostumei com ele.

O problema dos relógios e gadgets para monitoramento do ritmo é que você fica muito engessado quando se treina muito com eles a ponto de, se eu treinar sem relógio, não faço a menor ideia do ritmo que estou colocando no treino. Isso mesmo, ausência completa de conhecimento da fisiologia corporal. Outro dia fui correr no lago, uma voltinha, sem compromisso, fora da planilha e nem levei relógio. Quando terminei o treino, não fazia a menor ideia de como tinha sido, não conseguia avaliar a intensidade, nem o tempo, nem a sensação de esforço, nem a sede, nem o suor: Caramba! Eu acho fundamental para um atleta que pensa em praticar esportes de endurance a vida toda, a noção e o autoconhecimento corporal; não adianta ler dezenas de livros sobre esportes, estudar fisiologia do exercício, escrever em um blog de triathlon com os amigos, se quando dá uma voltinha no lago não faz a menor ideia de como foi o treino. Até uma criança de 10 anos sabe dizer se após uma corrida ela ficou cansada ou não, se correu forte ou não; e o tonto aqui não consegue.

Solução: jogar todos os relógios fora?


Não, claro que não. Depois de pensar muito sobre isso, ontem decidi começar a fazer algo diferente. Meu treino era 10km, em um ritmo entre 5:15 – 5:20, com pouca variação metabólica e pouca variação de altimetria. Pois bem, armado do meu 910xt, fui ao lago para as duas voltas e meia. Só que não ficava olhando para o monitor do relógio a cada 100m (como normalmente faço), eu comecei a olhar o ritmo uma vez a cada 1km (porque como sou perdidão, se estivesse no ritmo errado poderia ferrar o treino), tentando sentir como estava meu corpo, minha respiração, minha saliva, e tentei “segurar” da forma que era possível o ritmo proposto. Comecei mais lento para aquecer e a partir do km 3 iniciei o controle obsessivo do ritmo, porém sem olhar no relógio com a mesma frequência com que estou acostumado. E não é que se certa forma eu obtive êxito? Em determinado momento a minha concentração era tão grande que estava em uma espécie de transe e percebi que estava segurando a carcaça com o poder da mente. Impressionante. Abaixo os dados do meu GPS (não medi a frequência cardíaca, mas deveria ter feito).

Sempre disse e reitero, todos os bons corredores que eu conheci e convivi, tinham uma inteligência corporal acima da média. Sabiam exatamente como o corpo se comportava e respondia a cada situação e imprevisto. Depois do treino de ontem, percebi que não sou totalmente desprovido de inteligência corporal, só que ela está atrofiada, precisa ser desenvolvida e praticada. Como jogar xadrez. Talvez eu não chegue ao nível do Tutta de Ubiratã (que um dia fui treinar com ele e pedi para segurar o pace em 4:30 e o cara passava cada km em 4:30, 4:31... e em determinado momento que ficou mais lento ele virou para mim e disse, acho que estamos em 4:40 e estávamos. O cara é um Jedi! ), mas penso em pelo menos terminar um treino sabendo se foi forte ou não. Isso vai me ajudar no futuro a prever uma lesão ou dar um tempo quando estiver em overtraining, o que não consigo identificar atualmente.

O pace é importante, manter o ritmo de treinos, na velocidade como as coisas mudam na nossa vida, é uma passo muito importante para vivermos com mais saúde e mais felicidade. O triathlon também é assim. O que importa não é o quanto vivenciamos as coisas, mas sim como que isso é percebido por nós. Como uma fotografia de um belo e inspirador amanhecer no lago, que inspira e reforma, esculpindo em nós a vontade indelével de viver intensamente.

E você, vai treinar para quanto?

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Hoje Vamos Falar de Natação. Desafio Fitness 4x1000

Calcanhar de Aquiles da maioria dos triatletas amadores, a natação é muito difícil de ser desenvolvida depois da adolescência. Li em vários livros de triathlon, que a natação de alta performance pode até começar na infância, mas se solidifica entre os 10 e 16 anos de idade. Simples assim, se você nadou forte, em nível competitivo entre os 10 e 16 anos, você terá a memória fisiológica para sempre. Quem perdeu essa fase, já era, vai remar remar remar e nunca vai alcançar a imensa lacuna que existe entre os atletas. Eu observo a técnica de alguns alunos na piscina da academia e já sei se eles começaram a praticar natação quando adulto ou não; a diferença é absurda. E não tem essa de dizer que faz 1 ano que voltou a nadar, se nadou forte na adolescência, vai nadar forte pra caramba. O cara pode estar gordo, sedentário, fumante e fora de forma, vai nadar melhor que eu. Aqui no WB Triathlon Team, acho que só o Adriano Visioli tem um histórico de natação desses, o resto meu amigo, é treino, força, educativo e resultados minguados.



Por que estou falando sobre isso? Para desanimar? Jogar tudo para o alto? Muito pelo contrário, para entendermos melhor que o nosso caminho é mais árduo e que não podemos parar de treinar nunca! Temos que entender que existe essa lacuna gigantesca (por exemplo, um cara como o Adriano consegue segurar um pace de 1:25 – 1:30 a cada 100m tranquilamente em um treino de 2000m, enquanto um dos “normais” bem condicionado consegue segurar no máximo algo em torno de 1:45 – 1:50), e aprender a lidar com essa diferença é importante para nosso crescimento como atleta.

Ontem foi realizado na Academia Fitness Center o Desafio 4x1000m de natação. Formaram-se equipes de 4 pessoas, cada uma para nadar 1000m; montadas de acordo com níveis de desempenho para ficarem equivalentes. Eu curto muito desafios assim. Gosto de competir em natação, apesar de ter um desempenho bem mediano. Uma breve introdução: Quando comecei a nadar, perguntei para a professora Cleo, qual seria um pace considerado de respeito, o equivalente a 5min/Km da natação; ela me disse que seria 2:00/100m. Até hoje essa informação é bem relevante para mim, já que quando não faço força numa série de 200 ou 400, quase invariavelmente faço um tempo superior a isso. Voltando, ontem no desafio fui o último a cair na água e minha equipe estava com 50 metros de desvantagem para o primeiro lugar e 200 metros de vantagem pro terceiro. Os dois nadadores que cairiam na piscina por último das duas equipes nadam melhor do que eu, mas pensei: “Não vou me contentar com o segundo lugar, vou caçar esse primeiro lugar!”; e fiz força, rapaz, fiz força demais, bati meu recorde pessoal dos 1000m e não é que ... não deu! Claro que não rolou! Caramba, a garota que nadou do meu lado não só segurou a vantagem como abriu mais 100m de mim? Parecia que eu nadava cachorrinho do lado dela.



A velha lacuna que existe e foi citada anteriormente. Natação é dureza. Fiz os 1000m para 18:05, pace de 1:49/100m, fiquei extremamente satisfeito e muito feliz pelo desempenho. Esses desafios são bons porque a gente se renova e aumenta a vontade de treinar cada vez mais. No desafio do ano passado, nadei para 19:55, isso mostra que os treinos estão dando resultado e a evolução está ocorrendo. E não tem jeito meu amigo, triatleta ou não, o gente é cair na piscina 3 vezes por semana, caprichar nos educativos e treinar cada vez mais. E aguentar as gracinhas do Adriano na piscina.

Foto meramente ilustrativa. Esses não são da equipe WB Triathlon Team.

Os outros atletas da WB Triathlon Team que participaram foram: Adriano de Quadros (Estava na minha equipe e ficou em segundo lugar), Irving (estava na equipe das mulheres-peixe e ficou em primeiro lugar) e Marcus (ficou em terceiro). Aliás, referências especiais ao Marcão, com sua entrada borbulhante na piscina. O cara nada demais! É fera! Adriano Visioli queria nadar os 4000m solo e como não deixaram, resolveu não participar do desafio. Vai entender.