sábado, 20 de dezembro de 2014

Correndo pelos Parques e Ciclovias de Cascavel – Lago Municipal de Cascavel



Hoje continuaremos nossa saga pelos parques e ciclovias da cidade. O primeiro episódio foi a Avenida Brasil do terminal leste até o trevo cataratas, o segundo relato foi da ciclovia da Avenida Barão do Rio Branco.

Os lugares visitados serão:
1.     Avenida Brasil no trecho de ciclovia entre o terminal leste – trevo cataratas
2.     Avenida Barão do Rio Branco
3.     Lago Municipal
4.     Ciro Nardi
5.     Avenida Tancredo Neves com prolongamento para BR 277 até o distrito industrial
6.     Parque Tarquinio
7.     Parque Vitória
8.     Autódromo

3 - Lago Municipal de Cascavel



A ciclovia do lago municipal de Cascavel é o grande xodó da Cidade quando o assunto é práticas esportivas. Para mim, é o local mais agradável para uma corrida no fim de tarde. A ciclovia não é perfeita, muito longe disso, a pista é inclinada, estreita, a segurança não é maravilhosa e há muita coisa para melhorar, mas o visual, o clima e as cores do lago são indescritíveis.



Porta de entrada para grande parte dos iniciantes na prática de corrida, a ciclovia possui 4 entradas, sendo completamente fechado o acesso por outros locais (com exceção dos condomínios que dão acesso ao lago). As duas primeiras entradas são pela Avenida Rocha Pombo, tanto pelo antigo restaurante, onde existe uma infraestrutura um pouco maior, como pela entrada do antigo e demolido teatro, onde hoje há uma quadra de basquete e uma lanchonete. As outras duas entradas são no lado oposto do lago, uma localizada ao final da Rua Tiradentes, outra pela Rua Terra Roxa, próximo à antiga entrada do zoológico. Possui distância em torno de 4.090m. Digo algo em torno, porque a medida depende muito de alguns fatores:
1 - se você tangenciar todas as dezenas de curvas que a ciclovia possui, obviamente a distância será menor pelo GPS.
2 – dependendo da quantidade de gente na ciclovia, o ziguezague pode aumentar bastante a distância.
3 – Esse eu considero primordial. Na curva onde há entrada pela quadra de basquete, você pode fazer tangenciando os aparelhos de ginástica, ou abrindo, fazendo curva em ângulo de 90º perto da calçada, o que dá exatamente a distância de 4090m.


Altimetria: Plano. Quase um tapete. Para quem faz a corrida preferencialmente no sentido anti-horário, tem uma subidinha queima-coxa próximo ao restaurante. Para quem faz no sentido horário as subidas são mais diluídas e não se sente. Mas, falando sério, o lago é plano! A altimetria não deve ser considerada aqui. Se quiser subida, saia do lago, para qualquer lugar que se vai, tem subida de respeito.

Distância: Como já discuti anteriormente, algo em torno de 4090m.

Tipos de Treinos: Na minha opinião os melhores treinos para o lago são os treinos de ritmo (tempo run), onde você quer oscilar o mínimo possível a frequência cardíaca e marcar um ritmo do início ao fim.Diferentemente do parque no Ibirapuera em São Paulo que possui “camadas” de ciclovia ao redor no lago, o nosso lago só possui a ciclovia principal. A pista não é larga, quatro pessoas andando uma ao lado da outra já congestionam toda a ciclovia, então esse lugar não é o ideal para intervalados. Tem as marcações no chão, o terreno é plano, o lugar é bonito, mas a pista não ajuda nesse sentido. Se for optar por esse tipo de treino, sugiro horários com menor fluxo de pessoas. Pode ser feito longão, mas dependendo da distância você corre o risco de se sentir um ratinho de laboratório, dando voltas e voltas e voltas. O máximo que já fiz foram 5 voltas e meia.

Segurança: Eu considero o local relativamente seguro para treinar. Obviamente não é tão seguro quanto o Ciro Nardi e o Autódromo, mas tem uma certa segurança e alguns pontos interessantes de análise. Primeiro ponto, os carros, não há risco nenhum de atropelamento; nos dias de hoje, essa é uma grande vantagem. Segundo ponto, a ciclovia possui um certo monitoramento por seguranças e no verão inclusive feito pela polícia também. Muito longe do que gostaríamos, mas OK. Terceiro ponto, tudo depende do horário e o dia que você for treinar. Se escolher de segunda a sábado no final da tarde, pode treinar tranquilo que nada vai te acontecer, pode mulher sozinha que eu considero bem seguro. Quando anoitece já fica mais inseguro, principalmente na parte fora da ciclovia, na avenida. Mas meus amigos, no Brasil à noite, onde é que é seguro? No início da manhã é tranquilo em termos de segurança, mas ao final da manhã já fica mais perigoso. A única tentativa de assalto que a Carol sofreu nesses anos todos de lago foi em um dia às 11 da manhã. O fluxo de pessoas diminui consideravelmente e aí gera aquele ambiente de oportunismo para os bandidos. Domingo é um caso a parte. Pela manhã, OK, muita família, pessoas saudáveis e de bem com a vida. À tarde e noite vira o caos. Garotada bebendo, ouvindo som alto, usando entorpecentes, fazendo arruaças, brigando; realmente domingo à tarde não é dia para treinar no lago. A segurança é intensificada, mas a quantidade de pessoas dispostas a praticar o mal é maior. Muito ruim. Minha coleção de histórias de problemas em domingos à tarde é enorme, desde copo de cerveja na cabeça, pessoas tentando me derrubar, xingamentos e muitas outras situações. Evitem o Domingo, a não ser que queiram somente passear no lago, para treinos não serve. Outro dia estava correndo e um cara gritou: “Vai correr a maratona de Boston? Vai tomar bomba na cabeça!” – mal sabe ele como é difícil se classificar para essa prova. Bem que eu queria, meu amigo! - quase respondi.

Hidratação: Essa é uma parte boa do lago (não estou dizendo para beber água do lago); é que tem pelo menos 3 pontos de água, sendo que eu só confio na fonte que fica perto da entrada do condomínio do lago. Mesmo assim com ressalvas. Tem banheiro para urgências e uma certa estrutura. Poderia ser tudo melhor, tudo mais limpo, mas considero satisfatório. Pena que aboliram os chuveirões.

Vantagens: A segurança, pelo menos com relação aos carros; a possibilidade de um treino em local totalmente plano (coisa rara em Cascavel); a interação com a natureza que é muito intensa, principalmente na parte da ciclovia que cruza a área do exército; o visual é impressionante.

Sugestões: Eu tenho tantos projetos para o lago, que fica difícil até começar:
1 – Melhorar a pista: A pista de corrida / caminhada é inclinada. Quando se caminha não nota, mas correndo percebe. Teria que nivelar e alargar um pouco a pista de corrida.
2 – Pista da bicicleta: Eu já medi o lago todo e analisei todos os pontos, é perfeitamente possível, sem danos ao meio ambiente, a criação de uma outra pista ao lado da pista de corrida, que seria usada para bicicleta (separada por uma muretinha). Permitiria o livre acesso das bicicletas (que hoje tem horários restritos) e manteria a segurança dos pedestres nos outros horários.
3 – Aumentaria a segurança: Nós estamos falando da principal área de lazer e de um dos cartões postais da cidade. Temos que zelar por ele. Hoje você facilmente encontra pessoas usando drogas, pessoas passeando com cachorros (proibido), bicicletas trafegando em horários não permitidos, arruaças, alguns roubos, tentativas de assédio e estupros já foram relatados.
4 – Plantio de Árvores: Melhoria um pouco mais a arborização da área da ciclovia.
5 – Manutenção mais intensa da iluminação: Em vários locais nota-se falhas da iluminação, que torna mais perigosa a prática esportiva noturna.

 As capivaras são um capítulo à parte nesse relato, já que elas existem em abundância no local. Existem duas formas de analisar as capivaras no contexto:

1 - Elas fazem parte do lago, do cartão postal, do charme do lago. É a fauna e flora em interação ímpar. A comunhão perfeita do concreto da cidade com o encanto da natureza.

2 - Elas exigem cuidado para quem pratica esportes no local, tanto pelos dejetos das mesmas como pela presença física na ciclovia. Já tomei uns sustos, já tive que desviar e quase trombei em algumas delas. 
Mas nada que atrapalhasse o treino!

Termino o texto com uma frase: "Correr no lago é tão renovador e estimulante que podemos comparar a beber da  fonte da juventude."


Dona Vera: exemplo e inspiração





terça-feira, 16 de dezembro de 2014

2º Fast Triathlon de Toledo – Relato de Prova por Matheus Tonello

2014: O ano que insiste em não terminar!

“Eu gosto mesmo é de triathlon”, pensava enquanto dirigia pela estrada seguindo o carro do Buenão em direção à Toledo. Comecei na corrida, gosto muito de correr a ponto de considerar semana sem corrida como semana sem treino; acho fascinante a natação, esporte que mais evoluí nos últimos tempos e estou começando a encaixar o ciclismo na minha vida; mas não há nada que me motive mais que uma prova de triathlon. Não sei se é a loucura da transição, a frequência cardíaca que não abaixa ou se são as infinitas variáveis, mas quando chego a um local de prova já sinto uma adrenalina absurda e uma felicidade imensa.

Vou com esse espírito que cheguei para o Fast Triathlon de Toledo. Na primeira edição estava lesionado e não pude participar, mas pirei no projeto – MUITO LEGAL – e incrivelmente fácil de organizar e executar. São 3 baterias, onde se nada por 200m, pedala por 4km e corre por 1km. Descansa 15 minutos e cai na água de novo. Após cada bateria, anota-se o tempo e pontua os atletas como a formula 1, 100 pontos para o primeiro, 85 para o segundo, 75, 65,60... e assim por diante. Ao final das 3 baterias, soma-se os pontos e premia-se a partir de então. Nessa prova há também o revezamento, mas aí não tem a pausa de 15 minutos.


Como todo mundo já sabe, meu foco no triathlon é o endurance, então não me sinto confortável em provas rápidas, como fast ou short, mas como falei para o Scotton depois da prova, não importa a distância, a linha de chegada e a emoção são as mesmas. Além disso, tempos que apoiar o esporte na nossa região. Já me propus, triathlon no Oeste eu só perco se estiver lesionado. Chegando no local de realização da prova, já enxergando a área de transição, veio aquela emoção parecida com a do Iron ou de Caiobá, aquele friozinho na barriga de acomodar a bike na posição correta, capacete, óculos, tênis...



Então fomos para o congresso técnico, sempre muito importante em provas de triathlon, onde fomos orientados quanto a natação, transição e dificuldades técnicas no ciclismo (como uma caçamba posicionada na saída de uma curva). Na verdade é tudo muito simples, natação em piscina de 25m, transição por um gramado perfeito e um pouco de piso de concreto, ciclismo com 4 voltas em uma quadra de 1km (4 curvas de 90º em cada volta) e depois a corrida por essa mesma quadra. Natação tranquila, ciclismo muito técnico e corrida tranquila. No congresso técnico fomos agraciados por uma bela recepção e todos sentimos que há realmente um interesse da prefeitura de Toledo de apoiar nosso esporte. Fiquei muito feliz com essa postura!



Após o congresso técnico, recebemos a pintura dos números (recebi o número 2 – prelúdio?) e já fomos nos aquecer na piscina. Fiz 100 metros no migué, só para sentir a parede da piscina na virada e a saída da piscina. Descobri que largaria na primeira bateria. A única ressalva em relação à organização foi isso, pois penso que todos da mesma categoria deveriam largar na mesma bateria e depois fiquei sabendo que isso não ocorreu. De qualquer forma considerei a organização e o cuidado exemplares.



Largou a primeira bateria. Nadei feito um louco. Acho inclusive que exagerei demais, fui na onda de acompanhar o Marcão na água e queimei demais nessa perna da prova. Fiz a água muito bem, terminei a natação, respirei, subi pela borda e quando comecei a correr bati o lap do garmin (3:18), quer dizer, devo ter feito algo em torno de 3:10. Fui para a transição, calcei o tênis (nesse tipo de prova, não vale a pena perder tempo colocando sapatilha) e fui pedalar. Saí com a intenção de pegar a roda do Marcão, mas não rolou, ele manteve a distância de 100m e depois abriu. Achei o circuito bem técnico mesmo, as curvas são difíceis de fazer, a parte de subida (pequena) era numa rua bem irregular. Fechei a perna de bike para 30.4km/h, deixei a bike e fui correr. A corrida enxergava o Marcão ao longe e tentava não deixar abrir, sem referencia do pessoal que vinha atrás, terminei a bateria em segundo, fechei a corrida em 4:17. Considerei bom.

* De cima para baixo eu sou o terceiro que aparece na foto, fiquei em terceiro em todas as baterias na natação.



Nos 15 minutos de descanso tomei bastante água, pois o calor e o sol eram implacáveis, comi frutas e descansei. É muito difícil realmente descansar nesse intervalo, mas o importante é baixar bem a frequência cardíaca. Assistimos o desfecho da segunda bateria e fomos para a piscina novamente.

Quando entrei na piscina eu já sabia que não conseguiria repetir a loucura da primeira bateria. Já iniciei um pouco mais leve, meio que tentando poupar para a terceira e acabei acelerando somente nos 50m finais. Ao sair da piscina e bater o lap (3:31), projeto uns 3:22 na água pois minha saída não foi tão eficaz como a primeira, já percebi que estava mais lento. Repeti a boa transição. Iniciei o pedal com pouca força e isso fez com que eu fosse ultrapassado por um triatleta de Palotina, mas curiosamente ele ultrapassou e parou de acelerar, ataquei e desgarrei dele. No final da ultima volta, percebi alguém atrás de mim e era o Professor Gasparini que encostou e atacou, e permaneci na roda nos metros finais da bike. Fechei em 30.3km/h. Na corrida, saí atrás do João, mas sabia que seria improvável a ultrapassagem, já que notoriamente ele é um corredor mais apto que eu. Usei-o como coelho para manter um bom tempo na corrida. Fechei em 4:12.


Após descansar beeeeeem mais que no outro intervalo, fomos para a terceira bateria separar os homens dos meninos. Saí forte, dando de tudo na natação. Percebi que estava melhor que na segunda, mas inferior à loucura que foi a primeira. Sai da piscina e bati o lap (3:31), mesmo tendo a percepção de estar melhor e do próprio Prof. João me dizer que eu nadei muito forte a terceira perna, o tempo foi o mesmo da segunda. Fui para a transição, peguei a bike e pedalei forte. Fiz muita força. Como diria o amigo Cobo, fiz muita muita muita muita, mas muita força para tentar sair para a corrida na frente do Gasparini. Larguei a bike realmente à frente do João, mas antes da metade da corrida fui alcançado e tive que apenas administrar o tempo. Fechei a bike com 30.0km/h de média e a corrida em 4:00. No fim, oficialmente, meus tempos foram: 16:12, 16:21, 16:19. Num balanço final achei bem interessante, principalmente por ter mantido uma certa média, demonstrando consistência. E consistência é o que eu preciso para provas de endurance.


No resultado final, 5º geral e 2º na categoria.



O pessoal da WestBikers fez barba, cabelo e bigode conquistando o 1º lugar geral com Marcus, 3º com João Gasparini, 4º Alessandro Maziero e 5º Matheus Tonello. O grande Buenão foi prejudicado pela categoria muito abrangente ficou em 3º na categoria, Fabio Fonseca em 3º no revezamento misto. Scotton curtiu a experiência da prova de revezamento e prometeu que ano que vem vai participar solo e pegar troféu.

Scotton, Maziero, Matheus, Fabio, João e Dario

 Professora Cleo, 1º Lugar Geral Feminino


Fábio Fonseca - 3º Lugar Revezamento Misto 

 Buenão, 3º Lugar Categoria 40+

Marcão - 1º Geral da Prova


Resultados Completos: em breve


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Relato do Triathlon de Caiobá - Triativa por Adriano de Quadros

Iniciei o ano de 2014 participando de provas de corrida e triathlon e, no último final de semana, encerrei com o Triathlon Olímpico de Caiobá, prova que teve seu foco na distância olímpica, mas que também contemplou outras modalidades, como Short Triathlon, Aquathlon, Travessia, Revezamento e MB.
Eu fui inscrito para o Short, para cumprir as distâncias de 750 metros de natação no mar, 20km de Ciclismo na estrada Alexandra-Matinhos, e mais 5km de Corrida, com uma meta pessoal de fechar as 3 distâncias em menos de 1 hora e 20 minutos.
Esta foi a segunda prova de triathlon que participei no ano, porém a primeira com natação no mar, e  este fato me deixou durante vários meses, desde a inscrição, bastante apreensivo em razão de se tratar de algo novo e desconhecido, mas não só por isso...
A primeira prova ocorreu em Foz do Iguaçu em junho, onde estreei no esporte, porém em razão da ansiedade e total falta de experiência, acabei fazendo a natação de forma bem desastrosa, pois saí na largada com todo gás sem me dar conta disso, envolvido pelo ritmo dos demais atletas, o que fez com que eu parasse logo após os 100 primeiros metros absolutamente sem fôlego, engolindo água e tomando braçadas dos demais que passavam por mim. Sem conseguir me recuperar da afobação da largada, terminei a natação a grande custo de esforço, prejudicando o ciclismo e a corrida, fato este que me deixou, digamos, com um certo trauma e insegurança quanto à natação... enfim, coisa de principiante, diria qualquer um mais experiente...


Sempre gostei de água, nado em academia já há alguns anos, mas é interessante como um ambiente desconhecido acaba por nos provocar uma obstáculo mental, que se não for trabalhado e enfrentado devidamente pode virar uma verdadeira fobia. Em razão dessa experiência, a prova de Caiobá estava para mim tanto como meta de primeira prova de nível mais competitivo no mar, quanto para superar a insegurança na natação.
Junto com dois amigos da equipe West Bikers Triathlon Team, Diego Bavaresco e Matheus Tonello, atletas bem mais experientes e que estavam inscritos para a modalidade Olímpica, chegamos na sexta-feira em Caiobá, onde o “circo” do Triathlon já começava ser armado. Tivemos o prazer de encontrar logo na chegada no Hotel, o grande Luis Iran, triatleta apaixonado pelo esporte que organiza e realiza o circuito de Triathlon Olímpico todos os anos no Paraná, e que já na recepção do Hotel registrou nossa chegada.


Ao longo da sexta e sábado, vimos dezenas de atletas que ali também chegavam para se hospedar com seus familiares e suas incríveis bikes. Sábado pela manhã uma corridinha leve na praia pra soltar os músculos (pra quem não ficou dormindo no hotel, porque a planilha de treinos disse que era day-off, kkkkkk), mais tarde um passeio de bike, para sentir se as marchas estavam todas em ordem.


Depois almoço, hotel, e voltinha na praia pra ver o movimento (na sombra de uma árvore abençoada, porque o calor estava de rachar...)


A noite jantar de massas, tradicional na véspera de provas, e depois organizar o equipamento para deixar tudo pronto para a manhã seguinte, que começava cedo, antes das 6hs.


Esse último check list e organização de equipamentos é algo que só quem participa do esporte para dimensionar a quantidade de apetrechos que se leva para uma prova de triathlon: Roupa de natação, touca de borracha, óculos de natação, relógio GPS (pra quem é aficionado por números e dados, via de regra, quase todo triatleta), bike (pode parecer piada, mas tem gente que esquece de levar a bike! Kkkk), garrafa de água para a bike, câmara reserva, bomba ou cápsula de CO2 (para encher o pneu), gel de carboidrato (um para cada 30 ou 40min de prova, ou batata doce, conforme o gosto do sujeito), capacete, óculos solar, protetor solar, sapatilha da bike, placa com número para a bike, número de peito, cinta para fixar o número, tênis para a corrida, meia, chip de cronometragem para fixar no tênis, viseira, pulseira do evento para entrada nas áreas de transição, mochila ou sacola para acomodar quase tudo isso... digamos que é o básico para atletas homens... para as mulheres eu não quero nem imaginar a quantidade a mais de acessórios... kkkkk
Toca o despertador 5:45 e eu já estava acordado desde as 5hs.... Ansioso???? Nãaoooo...
Um café da manhã reforçado, mas sem exagero para não gerar algum inconveniente durante a prova... juntamos as tralhas e fomos para o evento.
Uma fila de uns 200 metros de atletas com suas bikes aguardando a entrada na área de transição, e continuavam chegando mais de todas as esquinas, algo que realmente nos envolve no clima da prova. Mas a fila andou rápido, logo passaram vários integrantes da organização pintando os números no braço e na panturrilha de cada um enquanto íamos nos encaminhando para o cercado das bikes e transição.


Deixada a bike no cavalete, capacete, óculos, etc..., deu tempo de dar uma respirada e observar o envolvimento dos demais... meu vizinho de cavalete, que por coincidência conheci na recepção do hotel e contou que estreava no triathlon naquele dia, segurava o guidão da bike com os olhos fechados e cabeça baixa, num momento de introspecção que me contagiou e me deixou mais tranquilo.... por alguns minutos.


Nos reunimos e fomos para a praia aguardar a largada. Um rápido aquecimento na areia, eis que nos chamam para a primeira largada. Um último cumprimento aos amigos e um grito pra aliviar a tensão...


Procurei me concentrar o máximo em largar calmo, braçadas longas, eu pensava, braçadas longas.... toca a sirene rapidamente, sem contagem regressiva, começou!!!! Corre, corre, uns 30 metros de areia até a água, calma! Calma!... sequer senti a temperatura da água, agora que escrevo e tentando lembrar do momento.... Quando me dei conta estava já nadando, por uma fração de segundo uma sensação desconfortável ao engolir um pouco de água, procurei manter o controle mental, respiração, calma, braçadas longas... braçadas longas....


Aos poucos fui entrando no ritmo e me sentindo mais a vontade, muito próximo do que costumo sentir ao nadar na academia, vibrou o relógio ao passar 250 metros.... uma sensação boa de equilíbrio... procurei a boia de retorno para verificar minha posição, percebi que estava “barrigando”, saindo da trajetória, fui corrigindo a cada 5 ou 10 braçadas, com puxadas mais fortes do braço direito... a boia de retorno parecia ainda longe. Constantemente tocava o braço ou os pés de algum atleta que eu me aproximava, outros também esbarravam em mim, mas nada que fosse similar à “pancadaria” que já ouvi falar que ocorre em uma prova de Ironman.


De repente chegou a boia do retorno, estava bem, a insegurança havia passado, aquela ansiedade toda não se justificou, agora já pensava em chegar na areia... mais alguns minutos, logo vibrou o toque de 500 metros, continuei sempre corrigindo o trajeto que insistia em me conduzir para a esquerda, não forcei o ritmo, minha meta era concluir a natação, o relógio vibrou novamente aos 750 metros, olhei para a areia ainda faltavam uns 100 metros... já pensava na bike, ali que eu me sinto bem, tá quase, tá quase.... senti minha mão tocar a areia, levantei, olhei o relógio, 16’30”, pensei, tá bom, tá bom... consegui, consegui... a sensação de superação foi indescritível, etapa cumprida, UFA!!!


O trecho da areia até onde se encontravam as bikes era longo, cerca de 400 metros, o que foi suficiente para começar a focar no pedal. Capacete, óculos, bike, só isso! Bora! Corre! Passado o tapete da chipagem montei na bike, fui ajustando a sapatilha e acostumando as pernas enquanto saía da área urbana, muitas lombadas, acelerando o ritmo, e encontrando a marcha adequada.


Passadas 2.583 lombadas (exagero), eram muitas!!! chega a estrada Alexandra – Matinhos, pensei, agora é a hora da verdade, bastante trafego, muitos atletas congestionando a pista e outros já voltando no sentido contrário, não parei de pedalar um único segundo, quando sentia as pernas “queimarem”, passava uma marcha acima e aumentava a cadência por alguns momentos e logo acelerava de novo... Logo estava com 35,2Km/h de média no relógio e procurei manter esse ritmo. Tinha ficado tão focado em pedalar que esqueci de tomar água. Acelerei mais um pouco e já estava de volta às lombadas, pensei, agora é só administrar e me preparar para a corrida.
Feita a transição, saí para a corrida, mas já de cara senti que tinha exagerado na bike e não ia render na corrida o quanto tinha planejado. Tinha conseguido reduzir meu pace de corrida ao longo do ano, e me sentia confiante de que conseguiria fechar os 5km da corrida de 22 a 23 minutos. Mas percebi que não seria possível, tentei manter o ritmo que imaginava estar muito lento, não quis olhar no relógio para não me frustrar ainda mais... de repente tocou o alarme de 1km, olhei o pace, estava em 4’40”/km, surpresa!! Não estava dentro do meu planejado, mas também não era ruim, já que meu alvo era 4’30”. Mas não conseguia acelerar, levei até o km 3 nesse ritmo, no km 4 consegui forçar um pouco e no km 5 fui no limite máximo, fechando o trecho em 23’30”, e a prova total com 1h18’52”. Meta alcançada!
Logo depois do pórtico da chegada recebi minha medalha de Finisher e fui pegar água e frutas com a organização, que estava perfeita em toda a prova. Recuperado o fôlego, pensei em voltar para a área de transição para torcer pelos meus amigos que deveriam estar chegando do percurso da bike para passarem para a corrida.
Enquanto saía da areia, olhei para a medalha, minha mão começou a tremer e não pude conter a emoção.


Fechei o ano com chave de ouro, conquistando o 7º lugar na minha categoria numa prova muito competitiva, o que considero um feito incrível em termos de realização pessoal, tendo em vista o pouco tempo no esporte.
Foram 265 horas de treino, 166 mil calorias queimadas e mais de 4 mil Km percorridos em corridas, pedal, natação, além da musculação, o que resultou em 4 kg a menos na balança e redução de gordura corporal de 17,5% para 14%, representando um ganho considerável em condicionamento e saúde.
Mas a maior vitória foi a superação dos adversários mentais, o medo e a insegurança; o ganho com a disciplina nos treinos a dedicação e o foco, conquistas estas que só se tornaram possíveis em razão do apoio incondicional de minha esposa, sem contar a inefável reação de meus queridos filhos ao compartilharem a conquista de mais uma medalha. Isso não tem preço.

Adriano de Quadros.

Fotos de Caiobá. Rafael Dalalana OFF SHOT

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Medalhas, Troféus e muita Festa



A grande quantidade de eventos da segunda quinzena de novembro até a primeira quinzena de dezembro fez muita alegria ao mundo West Bikers Triathlon Team.

Tudo começou com o Duathlon de Toledo onde fizemos barba, cabelo e bigode. Tivemos os primeiros lugares na categoria Speed 30-34 do Marcão, na 35-39 de Dieogro Bavaresco e na 101-105 do Buenão. A galera apavorou geral.

Resultados:




Cat. 30-34
1° Marcus
2° Irving
4° João Luiz
5° Henrique Scotton










Cat. 35-39
1° Diego
3° Matheus










Cat. 40-44
3° Adriano de Quadros













Cat. 50-55
1° Bueno







Depois do sucesso do Duathlon, nossos atleta partiram para a Corrida da PM, cuja participação foi muito interessante. Tivemos o pódio do Buenão, terceiro colocado na categoria 51-59 com o tempo de 43:18.


Vejam os resultados completos:

Irving 42:33
Joao 43:18
Bueno 43:31
Adriano 45:44
Fabio 47:29
Henrique Scotton: 51:30




João e seu desafio pessoal 

 Adriano de Quadros

No mesmo dia tivemos a participação de Irving, Diego e Fabio Fonseca na Primeira Travessia do Lago Municipal de Cascavel. Foi uma festa e quem comemorou foi a WB Triathlon Team, com o pódio de Diego Bavaresco em segundo lugar na categoria.

 Diego, Irving e Fabio




No mesmo final de semana tivemos o SESC Triathlon Tramandaí/RS onde a nossa equipe conquistou dois pódios dificílimos na categoria short triathlon, com Marcus em 3° lugar na categoria comerciários 30-39 e Alessando Maziero em 3° lugar na categoria 35-39. Os gaúchos sentiram a brutalidade dos atletas WB Triathlon Team.

 Aline e Marcão



Maziero

Tivemos a participação dos atletas Ricardo Furlan, Bueno e Irving no Challenge Florianópolis, na distancia 70.3. Uma participação importante e dificílima que deve ser reverenciada como uma conquista tão importante quanto ganhar troféus. Parabéns moçada.

Irving - 5:01.46
Ricardo - 5:39.31
Bueno -  5:48.52
Furlan correndo

 Furlan voando

Irving 

Irving e Bueno 


Bueno estressado antes da prova

Por fim, tivemos a extraordinária participação de Marcus Macedo nos 23km do Mountain Do - Atacama onde conquistou 6° lugar geral e 1° lugar na categoria. Parabéns Marcão, você é Top e merecedor desse e de todos os outros títulos que vierem.




É isso pessoal, que mês! E ainda temos provas no ano, ano que não quer acabar.

Bora Treinar Pessoal!