quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Treinamento de Base



Janeiro geralmente é uma época do ano onde muitos estão voltando das férias esportivas e com exceção daqueles cuja prova alvo é em Janeiro / Fevereiro, a maioria está no período de treinamento de base.

Mas o que é isso?



Também chamado de Fase Geral, é geralmente um período onde prioriza-se os treinamento com menos volume e mais fortalecimento muscular, visando preparar o corpo para as cargas que virão.

Simplificando: muito treino em subida, fartlek com os amigos, muito morro no ciclismo e educativos na natação.

Reproduzo abaixo o texto do Frank Silvestrin publicado na Mundo Tri de Dez/14:



"Correr sempre foi minha paixão. Desde muito cedo me interessei pelos fundamentos da corrida, principalmente no que diz respeito à técnica, à biomecânica e fisiologia.

Observo um número muito grande de atletas amadores, principalmente iniciantes em longa distância, treinando em velocidades muito acima da sua realidade e capacidade, pulando uma das principais etapas dos treinamentos: os fundamentos de base!

Já está na hora de pensarmos em 2015. Os próximos 3 ou 4 meses são muito importantes, em especial para aqueles que farão o Ironman Brasil. É nesse período que se deve investir na melhoria da técnica de corrida, com ênfase na economia dos movimentos, e no cumprimento de uma tarefa muito importante para o que virá após, que é a melhoria do metabolismo lipídico e da resistência aeróbica de base, envolvidos nas habilidades de correr, nadar e pedalar. E para isto, deemos manter sempre a frequência cardíaca baixa. Falo, predominantemente, na zona 2 (70-75% da FC máx.)

Quantos atletas correm o longão para o ritmo de 4:30/km? Quantos adoram pubicar a foto do seu Garmin apontando pace de 4:10/km para o longo da corrida? Agora, a resposta que pode realmente atestar se foi uma corrida que se aproxima com a realidade do atleta é a frequência cardíaca: ela se manteve entre 70-75% da Máxima?

Uma realidade é CORRER, outra realidade é CONSEGUIR TRANSFERIR a mesma performance para a maratona do IM ou para a meia do 70.3. A probabilidade é não conseguir sustentar 85% da FC máx durante os 42km, principalmente depois de nadar e pedalar.

Para sermos capazes de correr rápido e eficiente neste percentual (Zona 2), é necessário investir na base, explorando ao máximo o potencial aeróbico e a técnica (economia de movimentos)."



Achei interessante, pois a planilha de treinamento que estou seguindo nesse momento respeita muito bem esse conceito da base e principalmente muitos treinos em L2. Como já dizia Mark Allen (famoso por vencer Ironman do Havai várias vezes): "fortaleça os musculos dos braços, das pernas, do abdomen e do coração". Para preparar seu coração para os treinos que virão os treinos em L2 são ótimos investimentos.



Eu nunca fiz uma base tão boa quanto a deste ano. Estou seguindo tudo bem rigorosamente, inclusive a planilha alimentar. Já li diversas vezes que a melhor fase para perder peso é na base, então estamos na luta. Se vou colher ou não os louros desse esforço, só no fim do ano para avaliar, mas é extremamente prazerosa a sensação de estar fazendo tudo conforme a cartilha.

Bons treinos a todos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Triathlon com Leitura - Livro de Hoje: Superar é Viver de Pedro Pimenta


Esse é o primeiro post relacionado à literatura. Como grande apaixonado por livros e histórias, não poderia deixar de falar esporadicamente sobre o assunto. Eu adoro indicar livros para as pessoas. Sempre que faço isso, me sinto responsável pelo que o livro fará com essa pessoa. Não indico qualquer história. Uma história para me encantar tem que ser contada com alma. Tem que ser brilhante! Se for uma ficção, tem que me surpreender, deve ser bem redigida, tem que encantar. Se for uma biografia, tem que mudar minha vida! Tem que transformar e acima de tudo emocionar.

Não decidi ainda se vou falar sobre livros relacionados a esportes ou não, mas resolvi começar com esse que foi o último livro que li em 2014 e que acima de tudo foi extremamente inspirador. Como não se inspirar com Pedro Pimenta e seu livro: “Superar é viver”.

Segue um trecho abaixo:

“Assim que o sol iluminou a estrada à nossa frente, ouvi o disparo que indicava a largada.
Depois de alguns minutos, meu coração batia forte e eu mal tinha começado a corrida. Olhei para a estrada íngreme e sinuosa à minha frente e então olhei para o meu ponto de partida.
Percebi que a corrida seria dura e olhei para as pessoas que me cercavam. Elas estavam todas sorrindo e conversando. Eu já sabia como era desistir de uma corrida, mas queria muito saber como era cruzar a linha de chegada. Não queria decepciona-los. Não queria me decepcionar.
Continuamos seguindo na infinita estrada sinuosa. Escalei a contragosto as íngremes subidas e precisei usar a mesma quantidade de força muscular para me controlar colinas abaixo.
Quando finalmente chegamos à curva no ponto que marcava a metade do caminho, comemorei! Sabia que eu teria de dar meia volta para retornar pelo mesmo caminho, mas agora só faltava a metade. O caminho de volta foi tão difícil quanto o de ida, e estava se tornando ainda mais doloroso.
Finalmente, chegamos à parte acidentada, o que significava que estávamos quase lá. Tinha a sensação de que ia desmaiar a qualquer momento, e meus músculos estavam dormentes. A reta final era uma ladeira tênue e constante, seguida por uma queda acentuada. Usei cada gota de energia que me restava para chegar ao topo da colina e, quando olhei para baixo, do outro lado, eu me senti derrotado.
Fiquei no cume por um tempo. Inesperadamente, senti meus olhos lacrimejarem e uma lágrima rolou pelo meu rosto. Eu não estava triste ou chateado, mas exausto a ponto de me sentir desesperado. Eu simplesmente não tinha mais força.
Tudo que precisava agora era descer a colina e virar a esquina para chegar à reta final. Decidi que iria até o fim porque essa seria uma marca que ninguém poderia tirar de mim. Contornamos a esquina, quando comecei a duvidar novamente que eu conseguiria terminar, ouvi um canto desafinado e estridente, era de um outro corredor que corria com fones de ouvido e cantava. Começamos a rir da performance, o que nos distraiu. Quando voltei a prestar atenção na corrida, vi a linha de chegada à minha frente.
O grupo inteiro cruzou a linha de chegada comigo e com grande animação. Eu me sentia incrível por ter conseguido essa enorme façanha, mas realmente não a teria conseguido sem aquele grupo. Eles esperaram pacientemente por mim, mesmo podendo correr mais rápido. Eu me deitei no asfalto quente, que parecia como uma cama macia para mim. A exaustão era meu prêmio, e eu não podia ter ficado mais feliz.”
 
 
Superar é viver conta a história de Pedro Pimenta, um garoto que meses após completar 18 anos de vida contraiu uma infecção meningocócica e passou meses lutando contra a morte até que se salvou, mas não sem sequelas, acabou por ter os quatro membros amputados.

O livro conta os momentos de angústia frente ao futuro incerto, o recomeço, adaptação, mudança de vida, amigos e histórias de superação. Mostra como é possível a partir de uma tragédia, executar uma mudança completamente bem sucedida de sua vida.

O trecho acima descreve quando ele conseguiu completar sua primeira corrida de 5km. Mas o livro é muito mais do que isso, o livro é completamente emocionante e inspirador. A todo momento eu pensava: Como é possível? Como é possível?

O livro pauta muito em cima da frase: “Enxergar seus limites é diferente de aceita-los.” Perfeito. Isso serve para mim, para vocês, para todo mundo em qualquer circunstância da vida. Desde o gordinho que não consegue emagrecer, ao vestibulando que não passa no vestibular, do corredor que não consegue correr os 10km abaixo de 40 minutos, a lesão que não melhora... todos têm suas dificuldades e seus limites.

Será que devemos simplesmente aceitar nossas limitações?  Ou devemos ir além? Acredito que, antes de mais nada, devemos entender e compreender nossas limitações, conhecer o tamanho do problema para então subjuga-lo. A vida é feita escolhas, inclusive a escolha de se superar. Mas como o próprio Pedro escreve em seu livro, “o mais importante é saber que estamos dando tudo de si”.

Espero que vocês tenham a oportunidade de ler esse livro e compartilhar dessa experiência impressionante. Enquanto isso, seguimos treinando e nas transições da vida, um bom livro para relaxar.

Até o próximo!






sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Resoluções de Ano Novo


A passagem de ano quase sempre é uma época onde as pessoas costumam deliberar sobre mudanças na sua vida. Trocar de emprego, arranjar uma namorada, ler ou estudar mais, ficar mais com a família; tudo depende da fase da vida, do grau de satisfação pessoal ou das expectativas com relação ao futuro. Nós atletas, geralmente estamos predispostos a promessas relacionadas ao fitness, como perder peso, treinar mais, realizar aquela prova tão sonhada. Qual o caminho a seguir, para onde 2015 irá nos levar?


Estava analisando meus últimos anos e fazendo uma retrospectiva das minhas deliberações de ano novo. Depois de muito pensar, cheguei a conclusão que meu ano não começa no dia primeiro de janeiro, pois todas as resoluções que fiz e que realmente foram bem sucedidas não foram feitas na passagem de ano.


  • Emagrecer, foi em julho de 2010;
  • Fazer um triathlon, foi em setembro de 2011;
  • Parar de ingerir bebidas alcoólicas, foi em novembro de 2011;
  • Para de beber refrigerante, foi em janeiro de 2014;
  • Dedicar mais tempo aos treinos de bicicleta, foi em setembro de 2014.


Esses foram alguns exemplos de resoluções feitas em relação ao esporte e que foram bem sucedidas em minha vida. Aliás, nem me lembro das bobagens que eventualmente pensei nas viradas de anos anteriores. Isso me faz pensar que as mudanças mais radicais em nossa vida são impulsionadas por desejos incontroláveis de fazermos nossa vida diferente, e esses desejos não escolhem dia ou lugar.

Por isso, esse ano a minha resolução de Reveillon foi ser mais triatleta. Na acepção máxima da palavra, na profundidade do conceito. Levar uma vida mais leve, com menos preocupações com política, economia, crise internacional, brigas e discussões imbecis; levar uma vida mais saudável, me alimentando corretamente e sem excessos; levar uma vida mais mergulhada nos prazeres do esporte que praticamos, como uma bela visão do lago na corrida do final da tarde ou o nascer do sol por trás dos eucaliptos no pedal da manha; por fim, levar uma vida mais cercada de amigos, muito por cativar ainda mais os que já conquistamos e outro tanto por abrirmos a porta para receber novos pares que a vida nos apresenta.


Sejamos mais triatletas do que nunca em 2015, são os votos que eu desejo a todos nós.