terça-feira, 23 de setembro de 2014

Uma Meia Maratona de Bicicleta






Nós triatletas, somo obcecados por treinos. E não é por acaso, já que na nossa planilha semanal é raro encontrar um day-off e é muito comum encontrar mais de um treino por dia. Nesse último domingo resolvi fazer algo diferente, pelo menos para mim, que foi passear de bike pela cidade. O dia estava lindo, estava entediado vendo o Brasil perder a final do Vôlei masculino até que recebi o convite do amigo Henrique para fazermos o trajeto da meia de Cascavel de bicicleta. Prontamente pulei do sofá, peguei minha MTB que quase não uso, e fui bater perna pela cidade...

O trajeto é duro, mas é uma delícia! Percurso técnico, ruim para estrear na distância, mas bem interessante para quem já domina a meia. Para quem for correr os revezamentos, tranquilo.  O ínicio da prova, na saída da praça da Bíblia é bem interessante, um falso plano em subida que culmina com uma subidinha na altura da Havan, que depois vira um falso plano em subida de novo até o centro da cidade. Não sei como o pessoal vai fazer para administrar a corrida no centro, já que se o percurso incluir fazer as curvas do centro, quem passar reto levará vantagem.

Depois do centro é uma decida sem tamanho, mesmo tendo um trechinho com uma leve subida perto do Beal, até o terminal de ônibus é muito prazeroso, eu praticamente nem pedalei. Depois começa a ficar interessante, inicia-se uma subida sem fim até o Irani, nesse ponto acredito que quem não esteja tão preparado já vai sentir um pouco a prova, mas tudo dentro do que a gente vê por aí no Paraná, sem muita surpresa. Faz-se o retorno próximo ao trevo cataratas e desce um bom trecho até a Rocha Pombo – que é uma pirambeira.

Nesse ponto da prova reside uma das minhas maiores preocupações: CUIDEM DOS JOELHOS na descida da Rocha Pombo. Quem não está com os treinos de descida em dia, sugiro contrair bem as coxas e descer na maciota, já que sabemos que descidas assim acabam com carreiras de atletas amadores. Para quem está bem treinado para essas situações, é a chance de descer a lenha. Chegando no lago provavelmente teremos um visual maravilhoso e poucos minutos de paraíso até começar o inferno. A subida da Brigadeiro Cuiabá.

Essa brincadeira de chamar a subida da Cuiabá de Brigadeiro Cuiabá começou quando estava treinando para a São Silvestre 2011. Como a Cuiabá possui praticamente a mesma distância da famosa subida da Brigadeiro  (São Silvestre), com praticamente a mesma inclinação (inclusive com os mesmos miniplatôs), eu utilizava essa subida para treinar para a São Silvestre. Criava um circuito que no km 11,5Km terminava subindo a Cuiabá.
A subida da Cuiabá é dura e extremamente desproporcional para uma prova de longa distância. É a minha única ressalva com relação ao percurso da Meia de Cascavel, já que pelo que parece, o restante é mais ou menos normal. Ela inicia bem íngreme, nesse ponto quem não estiver com o condicionamento muito bom sugiro andar, e depois de uns 100 metros ela alivia e vira uma subida leve; aqui volte a correr! Depois de uns 200 metros ela fica pesada de novo, aplana e volta a ficar forte perto do cemitério. É dura e difícil, mas sem mimimi, a prova não acabou ainda.

Depois do cemitério entra na Carlos Gomes, onde pega-se uma mescla de plano-descida-subida  até a São Paulo. Entra-se nela e sobe de novo (seu eu fosse fazer a meia, certeza absoluta que esse ponto seria o que mais me deixaria irritado); uma subida curta mas chata, pois já se imagina que não terá mais subidas e surge essa draga. Depois é só descer! Cuidado com os joelhos no barranco após a São Paulo cruzar a Marechal Rondon e siga tranquilão até a Tancredo, onde segue-se descendo até próximo ao Beal (ao todo são quase 3km só descendo). Nesse trecho, se estiver muito forte e se sentindo bem, hora de acelerar para fazer um bom tempo, se estiver quebrado ou indo de boa, é hora de bater papo e fazer amigos.

Depois entra na Avenida Assunção e sobe até a chegada. Aqui não tem o que fazer, se for andar, anda no início da subida, para ficar bonitão na foto na chegada. Faça força de forma constante deixando o Sprint para quando chegar perto da rodoviária para não quebrar. A Avenida Assunção termina na praça da Bíblia que é o local de chegada e então é só alegria.

Esse trajeto feito de bike foi uma delícia, curtindo o vento na cara nas descidas, queimando as coxas na subida e visitando boa parte da cidade. Para quem vai correr, corrida belíssima até o lago, muita coisa para ver, se não estiver chovendo, provavelmente haverá algumas pessoas para aplaudir. Depois do lago, desgraça. Na subida da Cuiabá é só casa, mas tem a vantagem que se você chegar morto no cemitério, já fica por lá. O restante da prova dificilmente terá público e a São Paulo terá pouco incentivo visual.  Uma pena, mas é o que temos; é em Cascavel, então vale a pena.





Um comentário:

  1. Excelente texto Matheus.. eu costumo treinar na cuiabá e rocha pombo, é bem dificil o percurso, mas se souber levar o pau tora, é só dosar pra não quebrar, porque é essa subida que vai separar os homens das crianças kkkk

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