Nós
triatletas, somo obcecados por treinos. E não é por acaso, já que na nossa
planilha semanal é raro encontrar um day-off e é muito comum encontrar mais de
um treino por dia. Nesse último domingo resolvi fazer algo diferente, pelo
menos para mim, que foi passear de bike pela cidade. O dia estava lindo, estava
entediado vendo o Brasil perder a final do Vôlei masculino até que recebi o
convite do amigo Henrique para fazermos o trajeto da meia de Cascavel de
bicicleta. Prontamente pulei do sofá, peguei minha MTB que quase não uso, e fui
bater perna pela cidade...
O trajeto
é duro, mas é uma delícia! Percurso técnico, ruim para estrear na distância,
mas bem interessante para quem já domina a meia. Para quem for correr os
revezamentos, tranquilo. O ínicio da
prova, na saída da praça da Bíblia é bem interessante, um falso plano em subida
que culmina com uma subidinha na altura da Havan, que depois vira um falso
plano em subida de novo até o centro da cidade. Não sei como o pessoal vai
fazer para administrar a corrida no centro, já que se o percurso incluir fazer
as curvas do centro, quem passar reto levará vantagem.
Depois do
centro é uma decida sem tamanho, mesmo tendo um trechinho com uma leve subida
perto do Beal, até o terminal de ônibus é muito prazeroso, eu praticamente nem
pedalei. Depois começa a ficar interessante, inicia-se uma subida sem fim até o
Irani, nesse ponto acredito que quem não esteja tão preparado já vai sentir um
pouco a prova, mas tudo dentro do que a gente vê por aí no Paraná, sem muita
surpresa. Faz-se o retorno próximo ao trevo cataratas e desce um bom trecho até
a Rocha Pombo – que é uma pirambeira.
Nesse ponto
da prova reside uma das minhas maiores preocupações: CUIDEM DOS JOELHOS na
descida da Rocha Pombo. Quem não está com os treinos de descida em dia, sugiro
contrair bem as coxas e descer na maciota, já que sabemos que descidas assim
acabam com carreiras de atletas amadores. Para quem está bem treinado para
essas situações, é a chance de descer a lenha. Chegando no lago provavelmente
teremos um visual maravilhoso e poucos minutos de paraíso até começar o
inferno. A subida da Brigadeiro Cuiabá.
Essa
brincadeira de chamar a subida da Cuiabá de Brigadeiro Cuiabá começou quando
estava treinando para a São Silvestre 2011. Como a Cuiabá possui praticamente a
mesma distância da famosa subida da Brigadeiro
(São Silvestre), com praticamente a mesma inclinação (inclusive com os
mesmos miniplatôs), eu utilizava essa subida para treinar para a São Silvestre.
Criava um circuito que no km 11,5Km terminava subindo a Cuiabá.
A subida
da Cuiabá é dura e extremamente desproporcional para uma prova de longa
distância. É a minha única ressalva com relação ao percurso da Meia de
Cascavel, já que pelo que parece, o restante é mais ou menos normal. Ela inicia
bem íngreme, nesse ponto quem não estiver com o condicionamento muito bom
sugiro andar, e depois de uns 100 metros ela alivia e vira uma subida leve;
aqui volte a correr! Depois de uns 200 metros ela fica pesada de novo, aplana e
volta a ficar forte perto do cemitério. É dura e difícil, mas sem mimimi, a
prova não acabou ainda.
Depois do
cemitério entra na Carlos Gomes, onde pega-se uma mescla de plano-descida-subida
até a São Paulo. Entra-se nela e sobe de
novo (seu eu fosse fazer a meia, certeza absoluta que esse ponto seria o que
mais me deixaria irritado); uma subida curta mas chata, pois já se imagina que
não terá mais subidas e surge essa draga. Depois é só descer! Cuidado com os
joelhos no barranco após a São Paulo cruzar a Marechal Rondon e siga tranquilão
até a Tancredo, onde segue-se descendo até próximo ao Beal (ao todo são quase
3km só descendo). Nesse trecho, se estiver muito forte e se sentindo bem, hora
de acelerar para fazer um bom tempo, se estiver quebrado ou indo de boa, é hora
de bater papo e fazer amigos.
Depois
entra na Avenida Assunção e sobe até a chegada. Aqui não tem o que fazer, se
for andar, anda no início da subida, para ficar bonitão na foto na chegada. Faça
força de forma constante deixando o Sprint para quando chegar perto da
rodoviária para não quebrar. A Avenida Assunção termina na praça da Bíblia que
é o local de chegada e então é só alegria.
Esse
trajeto feito de bike foi uma delícia, curtindo o vento na cara nas descidas,
queimando as coxas na subida e visitando boa parte da cidade. Para quem vai
correr, corrida belíssima até o lago, muita coisa para ver, se não estiver
chovendo, provavelmente haverá algumas pessoas para aplaudir. Depois do lago,
desgraça. Na subida da Cuiabá é só casa, mas tem a vantagem que se você chegar
morto no cemitério, já fica por lá. O restante da prova dificilmente terá
público e a São Paulo terá pouco incentivo visual. Uma pena, mas é o que temos; é em Cascavel,
então vale a pena.
Excelente texto Matheus.. eu costumo treinar na cuiabá e rocha pombo, é bem dificil o percurso, mas se souber levar o pau tora, é só dosar pra não quebrar, porque é essa subida que vai separar os homens das crianças kkkk
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